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Pós pandemia traz novos desafios ao empreendedorismo e ao enfrentamento da precarização do trabalho

A mesa contou com a participação de Thainara Faria e Jô Furlan



Texto: Laurie De Oliveira Pereira e Gabriela Villen l Fotos: José Irani e Dário Mendes l Edição de imagem: Eli Samuel Jesus Machado 

A vivência do período pós pandêmico, com suas sequelas físicas e econômicas, tem evidenciado contradições entre o empreendedorismo e a precarização do trabalho. Esse foi o mote de Thainara Faria, mulher mais jovem e primeira negra a assumir uma cadeira na Câmara Municipal de Araraquara e recentemente eleita Deputada Estadual, no 4º Congresso de Extensão e Cultura da Unicamp. A mesa, mediada por Luís Geraldo Pedroso Meloni, coordenador geral de Extensão da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Unicamp e presidente do Congresso, contou ainda com a eloquente participação de Jô Furlan, autor da Teoria da Inteligência Comportamental Humana.
 
Thainara traçou um retrato da condição trabalhista no Brasil. “A mão de obra humana, em razão do avanço do capitalismo, vem sendo substituída por máquinas, e isso não seria um problema se essas pessoas que estão sendo substituídas fossem realocadas para um outro emprego, com condições de trabalho similares ou melhores. Mas não é isso que tem acontecido. Na realidade, a maioria dessas pessoas se encontram desempregadas, almejando serem reinseridas no mercado de trabalho”, pontuou. Outro aspecto destacado pela deputada foi o recorte racial e socioeconômico desses trabalhadores.

Thainara Faria ressalta: “A população preta e pobre é a parcela da sociedade que mais é vítima da manutenção dessas condições de trabalho insalubres”


 
Para Thainara, a universidade, alunos e corpo docente, possuem um grande papel na resolução de problemas estruturais da nossa sociedade. “Os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), e a sociedade civil organizada precisam trabalhar juntos, para enfrentar os problemas que foram gerados pelo machismo, racismo estrutural, uberização, precarização do trabalho, etc., ou a melhoria não será possível. É preciso de suporte jurídico e técnico para que alguma mudança seja feita. A universidade é capaz de fornecer exatamente esse suporte técnico”, afirmou.

 

Jô Furlan, por sua vez, enfatizou o papel da “inteligência do resultado”, da forma com que a pessoa realiza seus sonhos, seus desejos .

 

“Empreender é estabelecer um objetivo e realizá-lo, seja ele social ou empresarial. Acreditar que você pode realizar é essencial. A inteligência comportamental é fundamental”, afirmou Furlan.


“A pessoa egressa do sistema prisional tem baixa autoestima, se sente como se não tivesse pago sua dívida com a sociedade, não se sente merecedor.  Como trazemos o conhecimento da universidade para a sociedade? Como podemos utilizar isso de forma ativa?”, questionou. 


De acordo com Luis Geraldo Pedroso Meloni a proposta é buscar utilizar a gestão e a inovação para maximizar o retorno social do trabalho realizado pela universidade, às cidades e ao país.

 

“O que se busca aqui são novos modelos de compartilhamento de resultados de uma gestão coletiva em oposição aos modelos tradicionais”, afirmou Luis.